AS CRENÇAS
1º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Já alguma vez pensaste quais eram as tuas crenças?
Já alguma vez, pensaste se as tuas crenças te limitam ou te potenciam?
Toda a forma de pensarmos, de percecionarmos o mundo, de percecionarmos as nossas potencialidades, reside nas convicções transmitidas ao longo da nossa vida, quer pela forma que nos educaram, quer por todas as experiências que vivenciamos, quer por tudo o que nos disseram. Tudo isto é o somatório das nossas crenças.
Vou contar-te um pequeno conto:
Talvez não saibas mas amestrar uma pulga é algo muito simples, basta fecha-la num frasco. Naturalmente a pulga vai pular para sair de lá, irá faze-lo repetitivamente, vezes sem conta mas como está fechada não conseguirá. Ao fim de algum tempo, ela deixará de faze-lo e nessa altura podes tirar a tampa que ela nunca mais tentará sair.
Já pensaste porque é que isto acontece? Porque ela acredita que não vai conseguir sair, a pulga criou uma crença.
Nós também, na nossa vida, temos muitos comportamentos iguais ao da pulga, resignamo-nos porque achamos que não vamos conseguir atingir algo, ficamos quietos(as) e nem tentamos. Muitas vezes, as crenças que te limitam foram-te colocadas desde tenra idade: “não podes”, “não consegues”, “é impossível”, “não faças”, não és bom o suficiente” e aos poucos, tu vais-te esquecendo de todo o teu potencial. As crenças são na realidade, a central de comando do nosso cérebro que podem apoiar-nos ou sabotar-nos.
Escreve no teu diário:
- Quais são as crenças que te limitam?
- Como te limitam?
Peregrino(a) tenho uma boa notícia, as crenças têm pouco a ver com a tua realidade. Na verdade, elas são um código de interpretação da realidade! Ou seja, elas não são verdades absolutas, nem a tua verdade, elas são criações da tua mente.Portanto, aquilo que acreditas, vai espalhar sementes de dúvida e incerteza que te impedem de caminhar no sentido da expansão e da realização dos teus sonhos. Quando pensas: não sou suficientemente bom/boa; há algo errado comigo; nunca vou conseguir (…) estás a alimentar as tuas crenças e bloquear os teus sonhos.
Mas as tuas crenças não são a tua realidade. A realidade é imparcial, é neutra, é a tua interpretação, à luz daquilo que acreditas e pensas, que vai determinar a tua vida e as tuas ações. Por outras palavras, os factos são neutros, são as interpretações dos mesmos que determinam a tua posição.
As crenças são um programa mental que podes alterar, desde que assim desejes!
Nos próximos dias peço-te que te tornes consciente de ti próprio(a). Observa-te em todas as tuas realidades, trabalho, família, amigos, relações, e repara como teus hábitos, atitudes, palavras e ações estão relacionadas com as tuas crenças. Como falas sobre um assunto? Como reages a uma notícia? Como ligas e falas com os teus amigos? Como recebes uma nova proposta? Está atento(a)!
Lembra-te que nada acontece por acaso! Tudo o que te acontece foi criado a partir de alguma crença profunda que te levou à ação/reação.
ESTÁ ATENTO(A) – esta é a alavanca do teu crescimento
“O meu passado varia a cada minuto, em função do significado que lhe dou agora, neste momento” – CzeslavMilosz
OS PENSAMENTOS
2º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Ontem conversamos sobre crenças, acredito que hoje, ao longo do dia, te apercebeste de algumas das tuas. Hoje vamos falar de algo igualmente importante e que determina a pessoa que és, as tuas ações e a tua vida: os teus pensamentos.
Já te apercebeste da quantidade de pensamentos que tens por dia? Já te apercebeste do imenso barulho que a tua mente faz? Segundo estudos recentes a tua mente produz mais de 6.000 pensamentos diários, se dividires pelo número de horas diárias, verás que o que mais fazes é pensar! Então podemos afirmar que a qualidade dos teus pensamento irá influenciar o teu dia e consequentemente, a tua vida!
Hoje venho convidar-te a refletires sobre a qualidade dos teus pensamentos! Que tipo de pensamentos tens? Dás-te conta do número de críticas que fazes mentalmente? Dos imensos diálogos interiores? Do inesgotável encadeamento de reprovações?
Peregrino, os pensamentos determinam as tuas ações. As tuas ações determinam os teus hábitos. Os teus hábitos determinam o teu carácter. O teu caracter determina a tua vida.
A boa notícia é que podes educar os teus pensamentos!
De uma forma muito resumida, a nossa mente é formada pelo consciente e pelo inconsciente. O Consciente, ocupa 10% apenas deste grande bloco, o inconsciente ocupa os restantes 90%. O consciente é a parte realista, é o que te mantem aqui e agora, na tua realidade, aquilo que consegues controlar e percecionar. Já o inconsciente é a parte subtil, escondida, onde habitam as tuas crenças e as leis que gerem a tua vida de forma automática e sem que te apercebas. Uma espécie de caixa negra dos aviões, onde estão memorias, pensamentos, crenças, medos, desejos recalcados e forças sublimadas. A mente inconsciente não distingue a realidade de ficção, a verdade da mentira, e tende a recriar e a dar-nos aquilo que reclamamos, ou seja, se estas a pensar que és um fracasso, a tua mente inconsciente irá providenciar o teu fracasso.
Mas apesar de grande no seu tamanho, o inconsciente é muito sensível ao consciente. Então aquilo que tu conscientemente desejares, aquilo que verbalizares através da linguagem, a tua mente inconsciente vai escutar e criar como sendo a tua realidade. As tuas palavras assumem um caracter criador da tua realidade! Resumidamente: pensa de forma positiva, comunica de forma positiva, e a tua vida vai acontecer de forma positiva! As afirmações que fazes diariamente são programações para o teu inconsciente. A programação neurolinguística determina que ao pronunciares as tuas afirmações, estás a atuar sobre o inconsciente e a criar novos efeitos e resultados na tua vida. Na verdade, estás a reprogramar o guião profundo da tua vida.
Peregrino, tu és e vives aquilo que pensas e consequentemente aquilo que falas. Por isso presta muita atenção ao conteúdo dos teus pensamentos e das tuas palavras. Os pensamentos e palavras moldam as nossas emoções e determinam o mapa da nossa futura realidade.
A linguagem é o meio para criares a tua realidade
- Costumas fazer afirmações negativas ao longo do teu dia? Como: não vou conseguir, nada me corre bem, sou um fracasso…?
Escreve as afirmações negativas que fazes com mais frequência e reflete sobre as mesmas, alterando-as para uma afirmação positiva.
- Que tipo de palavras usas mais no teu dia? Negativas ou positivas?
- Quantas vezes ao dia pensas e dizes ser vitima de algo ou de uma situação? Anota essas situações
- Quantas vezes te queixas? E de quê?
- Quais os comentários que fazes com mais frequência? Reprovadores ou aprovadores?
Neste momento acho que já estás mais atento ao conteúdo dos teus pensamentos, certo? E também já percebeste como a qualidade dos mesmos poderá determinar a qualidade da tua vida, por isso: Educa os teus pensamentos com amor e carinho.
Procura ver o lado positivo, mesmo nas situações mais difíceis: vê o positivo no negativo e acostuma o teu cérebro a olhar para os acontecimentos desta forma.
Educa os teus pensamentos e as tuas palavras para elevar a tua energia:
- a vida é uma oportunidade única para experimentar a plenitude e alegria;
- a vida é um presente do universo para ter a oportunidade de ser feliz.
“Pense o bem e o bem virá. Pense o mal e o mal virá. Você é o que pensa ao longo do dia” – Joseph Murphy
“O ELEFANTE”
3º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Hoje trago-te um conto “O Elefante” – Contos de sabedoria Milenar
Numa terra longínqua, não muito a norte nem a sul, havia uma cidade que tinha uma particularidade, todos os seus habitantes eram cegos. Tinham pouco contacto com pessoas que possuíam visão, por isso tinham-se acostumado à sua condição de cegos, levando a sua vida com normalidade.
Nas tradições daquela cidade, falava-se da existência de um animal misterioso que ninguém podia definir nem descrever, e que os pesquisadores perseguiam com a intenção de o conhecer. Apenas se sabia que se chamava “Elefante” e que um dia iriam conhece-lo.
Num Outono ventoso, um Rei vindo de uma terra longínqua, acompanhado de seu importante cortejo, chegou montado num elefante e acampou perto da cidade. O rumor espalhou-se por toda a terra dos cegos, que finalmente perceberam que tinha chegado a sua oportunidade de satisfazer a sua curiosidade histórica: conhecer um elefante.
Assim, os membros mais aventureiros e curiosos da cidade dos cegos aproveitaram a ocasião para conhecer e foram investigar e comprovar a verdade que os inquietava.
Depois de um longo caminho, à medida que cada um chegava junto da sua imponente presença, tateavam e tocavam com minuciosidade aquilo que podiam perceber do seu corpo. Dessa forma, e depois de receber a sua informação correspondente, alcançavam conclusões extraordinárias. Cada um pensou no final que conhecia o mistério, que sabia sobre aquilo que tanto havia procurado, porque finalmente tinha chegado o dia em que podiam tocar com as suas próprias mãos.
Pouco a pouco, cada um dos aventureiro foi regressando à cidade dos cegos, onde os concidadãos os esperavam, aglomerados e inquietos, formando grupos impacientes. Todos estavam ansiosamente à procura da verdade.
Tinha chegado o momento de expor publicamente a forma e o aspeto do elefante, de maneira que todo o povo pudesse ouvir aquilo que os estudiosos iam dissertar.
Um deles disse: “Adota uma forma grande, rugosa, larga e espessa como um capacho com vida…”
Instalou-se um burburinho geral entre as pessoas que ouviam
Quando chegou a vez daquele que tinha apalpado a tromba, disse aos presentes: “Eu conheço os fatos reais. Posso jurar pela honra da minha família que é como um tubo reto, oco, horrível e destrutivo.”
Um novo burburinho de comentários e exclamações se manifestou entre os presentes.
De seguida falou aquele que tinha apalpado a barriga: “Confiem em mim. Eu sei de verdade como é. É uma massa enorme, volumosa e que não se pode abarcar. Permanece tranquila e parece mover-se com muita lentidão.
Entretanto, chegou a vez do último que tinha tocado nas patas e disse: “ É poderoso, direito e firme como um pilar. Juro-vos.”
O povo tinha tomado posições e todos discutiam acerca dos testemunhos dos especialistas ali congregados. Cada ponto de vista estava a desencadear não só uma escola, mas toda uma corrente ideológica e cultural, relativa àquele antigo mistério.
De repente, no meio da grande controvérsia, ouviu-se a música de alguém distante que se aproximava. A sua melodia e a sua voz ressoavam tão estranhamente que se foram apagando as vozes dos presentes, enquanto o canto de um coro dizia:
“O conhecimento do real não é companheiro dos cegos, só com outros olhos conhecerás céus insuspeitados”
- Costuma acontecer que a crença ou o ponto de vista contrário ao teu, te pareça totalmente errado e inaceitável?
- Quando defendes um ponto de vista estás consciente do valor dos pontos de vista contrários?
- Alguma vez participaste de discussões com terceiros por causa de diferentes pontos de vista? Como te sentiste com isso?
- Parece-te que existam verdades absolutas?
Mantem-te atento às tuas atitudes perante opiniões contrárias à tua, repara se a tua mente sente algum tipo de ameaça
OS SONHOS
4º DIA DE PEREGRINAÇÃO
“Somos o que somos porque primeiro imaginamos”
O lugar que tu ocupas na vida a todos os níveis, é fruto dos teus desejos, dos teus sonhos e do sentimento de merecimento que tens acerca de ti próprio(a).
Como já vimos nos dias anteriores, o nosso cérebro estrutura-se de acordo com as nossas crenças, pensamentos e palavras, e assim formamos o mapa da nossa futura realidade. Representamos e vivemos aquilo que pensamos.
Pois bem, a prática de hoje, tem como objetivo resgatar os teus sonhos, bem como a tua imaginação. Quando eras criança, aposto como não haviam impossíveis, sonhavas, idealizavas e cumprias. Com o tempo, foste bloqueando e limitando-te ao que achas que é possível realizar. Nem te atreves a pensar no que achas que não vais conseguir, certo? Bem, hoje permite-te desbloquear as tuas crenças limitantes e abre-te à infinidade de possibilidades que o universo tem para ti! Liga-te aos teus sonhos e permite-te recriar muitas aspirações esquecidas. É possível que tenhas abandonado os teus sonhos e o hábito de sonhar e imaginar, para não te frustrares, mas hoje é dia de sonhares sem limites.
Nas propostas que te lanço, fala do teu coração, com a voz do amor e não do medo. Fala com a tua verdade, aquilo que desejas e não o que os outros esperam de ti. Fala com inspiração, daquilo que verdadeiramente te apaixona e inspira. As perguntas que te lanço são para te dar alguma orientação, se preferires, podes escrever todos os teus sonhos em cada área sem seguires as questões.
Atende a estas 4 grandes áreas da tua vida:
Desenvolvimento Pessoal – Que desejas alcançar da tua pessoa? Que habilidades e virtudes desejas? Que características emocionais, espirituais e mentais desejas incorporar? Que conquistas desejas fazer para te sentires mais pleno(a) internamente? Que metas espirituais animam o teu ser?
Carreira – Que trabalho te apaixona? Como gostarias que fosse o teu trabalho? Com quem gostarias de trabalhar? Quanto gostarias de ganhar mensalmente pelo teu contributo ao mundo? Em qua áreas sociais te sentirias mais realizado(a)?
Relações – Como gostarias que fossem as tuas relações? Que tipo de companheiro(a) queres ter ao teu lado? Que lugar queres ocupar nas tuas relações? Quais são as relações mais importantes da tua vida? Quais são as relações que te elevam?
Saúde – Como achas que deves cuidar da tua mente e do teu corpo? Que relação desejas ter com o teu corpo? O que achas que devias fazer diariamente pela tua saúde? Como te queres alimentar física e espiritualmente?
Agora começa a dar forma aos teus sonhos! Começa a materializar aquilo que aspiras. Lembra-te que mais vale feito que perfeito e começa a caminhar no sentido da realização. Coloca metas, começa com pequenos passos e caminha na direção do teu sonho.
- Faz uma lista do que precisas para a realização dos teus sonhos, sejam coisas materiais, comportamentais ou emocionais.
- Faz uma lista de pessoas (conhecidas ou não) que conseguiram o que desejas. Tu não és diferente delas.
- Faz um esquema de datas/objetivos para dar-te orientação e organização.
Chegou o tempo de sonhares acordado!
“Não há nada como sonhar para criar o futuro, já que o que é hoje utopia será carne e sangue amanhã” Júlio Verne
A IMPERMANÊNCIA
5º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Hoje deixo-te um conto para que possas refletir, chama-se “O Anel”
Sobre a colina de um reino muito longínquo, existi um castelo de cúpulas douradas, onde o rei exercia o seu labor e administrava a sua comarca. Possuía fama de justo e reconhecia-se-lhe tanta generosidade como grandeza. Contudo, todos sabiam que tinha um segredo: o rei padecia de uma profunda tristeza porque não conseguia alcançar a chave da paz perfeita e plena.
O seu reino, ao longo dos anos, ou sofria de grandes secas ou desfrutava de generosas colheitas. E ainda que o rei conhecesse este ciclo de vaivém, não podia evitar a amargura das secas nem a exaltação das riquezas. Devido a isso, o rei mantinha no fundo do seu coração uma busca obstinada: a busca da estabilidade perfeita.
Num dia de sol, enquanto os mercadores ofereciam sedas trazidas de terras longínquas, estalou o som das trombetas reais e todos se calaram. O rei dispunha-se a pronunciar a declaração mais importante da sua vida:
“Sua majestade, o rei, convida todo o seu povo a construir um anel para o dedo real. Não obstante, este anel tão especial deverá ter aquilo que faça lembrar ao seu portador a moderação em tempos de poder e grandeza, assim como a confiança e esperança em tempos de escassez e denso nevoeiro. Desta forma, sua majestade alcançará um equilíbrio tal, que está disposto a ceder em troca a totalidade do seu reino”
Após esta proclamação , soaram as trombetas e as pessoas ali reunidas pensavam que estavam a sonhar…todo o seu reino?! Que valioso.
Todos, magos e artistas estavam dispostos a buscar as a chave mágica que fizesse recordar a sua majestade a lei do supremo equilíbrio.
O tempo foi passando e diferentes ourives apresentavam os seus anéis mágicos, esperançados que o rei comprovasse o alcance dos mesmos em relação ao equilíbrio entre a abundância a e escassez. Mas nenhum deles conseguiu encantar o rei.
Um dia apresentou-se na corte um caminhante com porte guerreiro, alma de sacerdote e palavras de mago, trazendo um anel para apresentar ao rei. As portas do palácio abriram-se para que este caminhante entrasse
“Majestade – disse o recém chegado – construí o anel para o qual poderá olhar nos momentos de máxima intensidade, tanto de pena como de glória e que, sem dúvida, o ajudará a recordar aquilo que desejais” disse ele entregando o anel
O rei pegou no pequeno objeto envolto em veludo purpura e observou-o com curiosidade mas também alguma desconfiança. Ao contemplá-lo, o seu rosto iluminou-se e sorriu satisfeito. Subitamente, viu-se envolto num bem-aventurado resplendor e exclamou sereno perante todos os presentes:
“ O Rei encontrou a chave que procurava. O rei compreendeu o segredo das eternas mudanças. O rei cede o seu reino porque está preparado para empreender o caminho sem sentir-se afetado pelos vaivéns e ciclos do mesmo”
Todos estavam intrigados com o anel mágico que tinha enfeitiçado o rei. Que terá esse anel impar que consegue recordar a sua majestade o que tanto precisou para superar as dores e alegrias do seu reino?
O rei, mostrando-o finalmente aos presentes, disse: “Como vedes, é um anel aparentemente igual a todos; no entanto no seu interior figura uma inscrição escondida que o torna único e mágico”
“Qual é?” perguntavam todos cheios de curiosidade
“Muito simples”, disse o rei, “O anel tem gravadas três palavras tão carregadas de significado que nunca poderei esquecer quando chegarem boas ou más novas. Estas três palavras são: ISTO TAMBÉM PASSARÁ
Como é que este conto toca o teu coração? Como aceitas esta impermanência na tua vida? Saber que os maus momentos vão passar assim como os bons, facilita-te a aceitação e confiança que tudo segue um caminho certo?
Nada na vida é permanente. Tudo no universo é um fluxo dinâmico e permanente de transformação, a chamada lei da impermanência.
Permanece atento à transitoriedade dos teus estados emocionais e daqueles que te rodeiam
RELAÇÕES
6º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Nós, seres humanos, somos seres relacionais por excelência. Precisamos, para a nossa própria sobrevivência, de estarmos com outros, de estabelecermos ligações com outros seres. Cada uma das nossas relações serve um propósito divino e constitui uma oportunidade de evolução da nossa alma, para expandirmos e atingirmos a nossa melhor versão.
Nós atraímos para a nossa vida exatamente quem precisamos, no momento em que precisamos. Diferentes pessoas vão aparecer e desaparecer da tua vida em determinadas alturas e cada uma delas vai ter algo para te ensinar. Cada uma será uma dádiva para o teu crescimento e para aquilo que tens que cumprir nesta vida, mesmo as relações mais difíceis. Por isso, lembra-te que, não importa a duração da relação, permite-te evoluir e crescer com as pessoas que estão ao teu lado. Esse é realmente o maior objetivo.
Uma das coisas que caracteriza as relações com os demais são as trocas, a atitude de dar e receber, e é sem dúvida uma semente de dimensões mágicas, que ajuda a elevar-te e a expandir-te. Aprender a contribuir e fazer desta atitude um hábito, é criar um Eu cooperador e expansivo, bem distante do egoísmo, solidão e desconfiança.
As antigas escrituras védicas da Índia, falam de 4 níveis de relações com os outros:
- Quando nos relacionamos para obter
- Quando nos relacionamos para dar e receber
- Quando nos relacionamos para dar e alegramo-nos com isso
- Quando nos relacionamos no dar, de maneira natural e neutral, como faz a luz do sol a todas as coisas
Com que nível te identificas?
Deixamos-te agora algumas sugestões para pores em prática ao longo das próximas semanas:
- Dedica tempo de qualidade às pessoas que amas - Olha as pessoas no olhos; Não deixes que o telemóvel ou outras distrações se coloquem entre vocês; Está atento e disponível para essa(s) pessoa(s); Verbaliza o amor que sentes por ele(s); Liga a alguém de quem tens saudades; Faz notar a essa(s) pessoa(s) que ele(s) são importante(s) para ti
- Equilibra entre ouvir e falar – ouvir é tão importante como falar mas atenção que nem sempre sabemos fazer uma escuta consciente e atenta. Escuta com toda a disponibilidade, não pensando na resposta que darás mas apenas ouvindo, sem julgamentos ou interpretações. Lembra-te que temos dois ouvidos e uma boca.
- Dá o que desejas receber – muitas vezes esperamos que os outros leiam os nossos pensamentos e adivinhem o que desejamos. Verbaliza as tuas necessidades, diz com amor o que te faz falta e o que te faz feliz, os outros não conseguem adivinhar os teus pensamentos / desejos. Sê também honesto(a) na tua entrega, oferece ao outro(s) aquilo que gostas de receber.
- Aprende a perdoar –deixamos frequentemente que pequenos rancores influenciem as nossas relações, e vivemos presos a esse sentimento, que nos consome e nos deixa infelizes. Quando não perdoas, a única pessoa prejudicada és tu próprio(a). O perdão é na verdade, a libertação da nossa alma. Perdoa os que te fazem sofrer e permite-te começar sabendo que estamos todos fazendo o melhor que sabemos a todo o momento.
- Cuida de quem amas –amar é cuidare cuidar éestar atendoe disponível para o outro. Dá a mão a quem está ao teu lado, alegre-te com as vitórias dele(a), ajuda-o(a) a elevar-se e a crescer
Nos próximos dias, propomos-te que atentes às tuas relações com os demais para que possas percecionar e melhorar a tua conexão.
– o que te comprometes a fazer já esta semana para criares relações mais conscientes e verdadeiras?
Quando te questionas em que medida estás a contribuir para o ambiente ao teu redor, estás a tonar-te mais consciente e estás também a ampliar a consciência coletiva, logo estás a melhorar a energia e aumentar a vibração relacional.
Relações tóxicas
Impossível falar de relações e não falar sobre as relações que nos retiram energia e baixam a vibração energética que merecemos viver. Por vezes, apesar de todos os esforços, existem relações que nos esgotam e nos influenciam de forma negativa.
Deixo-te algumas sugestões:
- tenta perceber qual o propósito dessa relação? Que lição te está a passar?
- tenta perceber se o teu bem estar está comprometido, alguém te trata mal ou desrespeita?
- sentes-te aproveitado(a), menosprezado(a), desamado(a) nessa relação?
- consegues dizer não ao que te é imposto e ao que te faz mal?
Quando uma relação já não te serve de forma positiva, é porque talvez tenhas de libertá-la. Às vezes, dizer não a alguém é dizer sim a ti. Terminar uma relação, seja ela a que nível for, não é egoísmo, muitas vezes é amor próprio e bem estar. Se é difícil? Sim, é! Mas se o fizeres com amor, tranquilidade e respeito, verás que é possível. Para além disso, quando te libertas do que já não te faz bem, abres espaço para o novo e para toda a magia do universo.
- Identificas alguma relação tóxica que precises libertar? Se não te parece possível libertar, como sentes que podes melhorar?
Todas as nossas relações servem um propósito divino e são uma oportunidade para a evolução da nossa alma.
O AMOR
7º DIA DE PEREGRINAÇÃO
O amor que une duas almas
“O amor cooperante implica dois indivíduos independentes, completos e sintonizados que escolhem viajar na vida unidos e superando as suas diferenças” Jane G. Goldberg
A capacidade de amar é reflexo de um caminho de profundidade e aprendizagem da alma. Implica maturidade, compaixão, empatia, disponibilidade e amor próprio. Amor próprio porque quanto mais te conheces e melhor te relacionas contigo, melhor te relacionarás com a pessoa que amas. Quando te conheces, abres caminhos de consciência e amplitude que te permite olhar o outro com um olhar de maior compaixão.
- Como sentes que está a tua relação com o teu par? Identificas carências de ambas as partes? Identificas incompatibilidades?
O amor tem linguagens próprias! O amor tem circuitos específicos e princípios segundo os quais poderás construir relações mais harmoniosas e verdadeiras. Vejamos de seguida alguns desses princípios:
Aceitação - Muitas vezes mesclamos o amor com sentimentos de menosprezo, abraçando o que amamos e negligenciando o que não gostamos. Quando o outro não satisfaz as nossas necessidades mais ocultas, faz coisas que não gostamos, ou se comporta de forma que não aprovamos, esquecemos os caminhos calorosos do amor e viramos-lhe as costas. O nosso companheiro(a) é um ser total, com a sua luz e sombra, ao escolhermos este ser, estamos a recebe-lo na sua totalidade, como um ser inteiro e perfeito na sua imperfeição.
Reflete: Como vives a aceitação na tua relação? Aceitas o teu par ou tentas condicionar/modificar tudo o que gostas menos? E como é que te aceitam a ti?
- Liberdade – quando fazemos com que os nossos seres amados dependam de nós, o que estamos a fazer é estimular a sua dependência e falta de autonomia. Isso não é amor, isso é carência pessoal. A forma subtil que criamos para que os outros fiquem a orbitar à nossa volta, diz muito sobre a nossa necessidade e insegurança. Amar é permitir que os outros ganhem asas e voem. E isso só se consegue quando confiamos em nós próprios(as)
Reflete: Consegues permitir que o teu par ganhe asas e voe ou gostas de tê-lo(a) dependente de ti? Como te sentes com isso?
- Comunicação – esta é uma cura mágica para qualquer relação. A comunicação sincera e verdadeira não só cura as feridas, como também consolida e fortalece o casal. Nesta comunicação é importante não esquecer que é preciso falar mas também ouvir. Saber falar a verdade com amor e saber ouvir com total disponibilidade. O tom de voz com que comunicas, o tipo de linguagem que usas, a intenção que pões nas tuas palavras, tudo isto é comunicação. A forma como decides ouvir, a disponibilidade e abertura com que escutas, condiciona o que ouves. Se estiveres a ouvir e a pensar na tua reposta, ou estiveres a julgar, com toda a certeza que não estarás a ouvir o conteúdo exato da mensagem
Reflete: Como falas a tua verdade? A tua comunicação é amorosa? E como escutas? A tua escuta é ativa? Será que ouves ou escutas?
Apoio e elevação –Se não apoiasa pessoa que amas, quem apoiarás? Na verdade, não tens de concordar com tudo o que o teu/tua companheiro(a) deseja mas deverás apoia-lo(a) na realização dos seus sonhos. Estamos aqui para dar a mão ao próximo, apoiar as conquistas, sustentar as derrotas, celebrar as vitórias e segurar as derrotas. O nosso ninho, no seu sentido real ou figurativo, tem de ser o nosso maior trampolim para nos lançarmos ao mundo. Aqui deverás encontrar todo o apoio que precisas e dar todo o apoio que o teu par necessita.
Reflete: Como apoias o teu companheiro(a)? E como é que ele(a) te apoia? São o trampolim ou a amarra um do outro?
A diferença entre o amor e a paixão é simples. A paixão procura a felicidade no outro, enquanto que o amor busca a felicidade do outro” Anonimo
“O RIO”
8º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Hoje deixo-te um conto para que possas refletir, chama-se “O Rio”
Um mestre Zen, ancião, e os seus dois discípulos, caminhavam em silencio ao longo de um caminho junto a uma vasta planície. Rapidamente chegam a um riacho. Sentada na margem desse riacho, está uma rapariga que observa como se aproximam os três caminhantes.
Era necessário estar cego para não reconhecer a atração que os dois discípulos sentiam pela jovem, assim como a sua expressão de alegria.
“Qual dos dois jovens me tomaria para me ajudar a passar o rio?” perguntou ela com toda a sua frescura e uma certa provocação
Os dois discípulos olham-se entre si e seguidamente dirigem um gesto de interrogação ao mestre.
Este olha com profundida para cada um deles e não desvela nenhuma palavra nem nenhum gesto.
Após um largo e tenso minuto de contradição e dúvida, um dos discípulos avança e levando a rapariga nos braços, passa o rio entre carícias e pequenos risos. Ao chegar à outra margem, ela dá-lhe um beijo caloroso e despede-se com ardor. Nesse momento, o jovem sorridente volta para junto do mestre e do outro discípulo.
O rosto do outro discípulo, o que permaneceu junto ao mestre, mostra-se perturbado, não parando de projetar olhares interrogatórios ao ancião, que com equanimidade, se silencia e apenas observa.
Passam horas enquanto o grupo avança silencioso por entre montanhas e vales, mas a mente e o coração do discípulo que não atravessou o rio, permanece preso e obcecado com o acontecimento passado. Ao que parece, não se sente capaz de libertar-se do desejo e da memória. Ao anoitecer, os seus comportamentos não parecem habituais, queima-se no fogo que acende, derrama o chá da sua taça, tropeça na raiz de uma árvore. Após cada erro e desatenção, encontra sempre o olhar do velho sábio que o observa sem juízos ou palavras.
Rapidamente a tensão cresce e torna-se atormentadora, então rompendo o silencio de semanas, o jovem interpela o mestre dizendo furioso:
“Porque é que não repreendeste o meu irmão que rompendo as regras da sagrada sobriedade, excitou o fogo da sua sensualidade com a rapariga do rio? Porquê? Porque não lhe disseste nada? Não me digas que a resposta está no meu interior, porque já nem oiço, nem vejo nada com clareza. Preciso entender! Dá-me uma resposta”, suplica irascível.
O ancião, olhando-o com uma estranha mistura de rigor e benevolência, responde com serenidade e contundência:
“O teu irmão pegou a mulher numa margem e deixou-a na outra. Enquanto tu tomaste a mulher numa margem e todavia NÃO A DEIXASTE.
- Como é que este conto toca o teu coração? Como te apegas às situações que te incomodam e com as quais não concordas? Tendes a ficar apegado(a) ao rancor e dor ou pelo contrário, libertas e perdoas?
- observa se a tua maneira de agir é reativa, ou seja depende das circunstâncias externas (ages de fora para dentro) ou se é proativa, desde o teu próprio critério e decisão (ages de dentro para fora)
PERDÃO
9º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Perdoar é libertar-se de uma emoção do passado , dissolver uma raiva profunda ou subtil, que atormenta e consome. Muitas vezes as pessoas atribuem ao perdão uma conotação religiosa, no entanto, perdoar é precisamente o processo mais poderoso de libertação pessoal. Quando perdoas, não estás a agradar ao criador, estás simplesmente a libertar-te da dor que te destrói. Então perdoar não é um bem que fazes ao outro mas sim a ti próprio.
- Numa situação de conflito, enquanto estás instalado(a) no rancor, quem achas que está a sofrer mais, tu próprio(a) ou a pessoa odiada?
Perdoar não implica que compreendas ou te identifiques com o comportamento da outra pessoa ou que lhe dês a razão. Perdoar não significa que tenhas de sorrir ou andar de mãos dadas com a pessoa que consideras que te magoou. Perdoar significa apenas que decidiste olhar de outa forma para a questão, de um outro nível de compreensão e consciência, e libertar a dor que te apega ao acontecimento. E isso é tão libertador!
Se pudesses perceber a história de cada uma das pessoas, encontrarias razões suficientes para perceber que cada um atua de acordo com as suas vivências e que cada um age à luz do seu grau de consciência. Isto não é desculpabilizar mas sim perceber que o outro opera em função do seu programa emocional, que a maior parte das vezes não é igual ao teu.
- Há algo na tua vida que ainda não perdoaste? Sentes que para ti é fácil perdoar? Que resistências surgem quando pensas em perdoar?
O julgamento ata, o perdão liberta. Neste processo de perdão, terás de escolher entre ter razão ou ter paz. Ao perdoares estás a libertar o teu eu ofendido, vingativo e temeroso, abrindo-te à paz e ao amor.
Por incrível que pareça, os seres humanos possuem uma acumulação de ressentimentos, especialmente com as pessoas próximas:
- os pais, pelas expectativas não cumpridas, pelas exigências não satisfeitas
- com o parceiro(a) pelas desejos esquecidos, pelas palavras ditas no calor de uma discussão
- os nossos filhos, às vezes por serem demasiado parecidos connosco
- os nossos chefes e colegas de trabalho, pelos atritos e desencontros que vão surgindo no dia a dia
- com deus, porque achamos que ele foi injusto connosco, não nos deu o que merecíamos
Mas há um perdão no meio destes todos que é o mais importante e também o mais poderoso, o perdão a ti próprio(a)! Por esta falta de perdão, subjugamo-nos a maus tratos e ao desamor. Tudo o que possas ter feito é digno de perdão. Perdoar-se é matar a culpa, a vergonha, a autocritica, é abraçar-se e amar-se. E tu és merecedor do teu perdão, sempre! Conforme vamos progredindo na nossa jornada, ganhamos competências para integrar a nossa sombra, ou seja, o nosso lado mais obscuro e do qual não nos orgulhamos (e passamos grande parte da nossa vida a fingir que não existe). Ao ser reconhecido e integrado, permite que sejamos mais tolerantes connosco.
- observa-te nos próximos dias nesta relação com o perdão a ti próprio e ao outro.
A melhor forma de perdoar é através da gratidão, de uma oração ou da meditação. Podes também escrever um pequeno texto ou quem sabe uma carta, onde pedes perdão, seja a ti ou aos outros. Se sentires, podes enviar essa carta a alguém a quem queiras perdoar ou a quem sintas que deves perdão.
Perdoar implicar encontrar outro modo de olhar a nossa relação com a humanidade.
10º DIA DE PEREGRINAÇÃO
ATENÇÃO
Onde pões a tua atenção, colocas a tua energia.
Podes escolher viver a tua vida de forma automática, sem grande consciência, ou podes escolher viver a vida de forma consciente, atenta e presente. A primeira vai-te levar a uma existência “sonâmbula”, automática, superficial e a segunda, a uma existência mais profunda, intencional e consciente.Quando estás presente na vida que vives,deixando de lado o automatismo, ativas a tua consciência, expandindo-a e ampliando-a.
Já falámos aqui, sobre os desafios dos nossos pensamentos, da quantidade imensa e da forma como invadem a nossa mente e condicionam as nossas emoções. É impossível controlar o fluxo dos pensamentos mas é possível controlar a qualidade dos mesmos. Na verdade, nós vivemos numa espécie de caos. Estamos constantemente a bombardear a nossa mente com estímulos incessantes, como redes sociais, onde a informação surge ao segundo, meios áudio visuais, que estão constantemente a “apontar” as desgraças e tragédias do mundo, notificações do nosso WhatsApp, etc. Vivemos com interrupções e distrações constantes e isso esgota-nos e fragmenta-nos porque nos impede de estarmos por inteiro em nós, no momento presente. Por outro lado, todos estes estímulos, potenciam ainda mais pensamentos, ainda mais caos e desorganização interna.
“A vida é algo que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos." John Lennon
Como vives estas distrações na tua vida? Sentes-te dependente das redes sociais? O que achas que encontras lá que te preenche? Como achas que isso é importante para ti? Sempre que ouves uma notificação no telemóvel, sentes um ímpeto para olhar ou escolhes um momento do dia para faze-lo?
Vale a pena estares atento aos teus conteúdos e estímulos mentais, porque aquilo que plantas no teu jardim mental, será o alimento da tua vida. Está atento, e falo de uma atenção consciente, seja ao que pensas, seja aos estímulos a que te expões.
Escolhe viver no presente. Como o próprio nome diz, o momento que vives agora, é o teu maior presente, é o único que pode efetivamente ser vivido. Quando vives no passado, estas a viver na recordação e na saudade e, quando vives no futuro, estás a viver nas hipóteses e no anseio. O presente é o único momento real, é o único momento possível de ser vivido, os restantes, ou já passaram ou ainda não aconteceram.DeepackChopra afirma, “O presente é o único momento eterno”, a felicidade de viveres no aqui e no agora, ninguém te pode tirar.
Como vives o teu momento presente? Estás aqui e agora? Ou Vives mais na projeção (futuro) e na recordação (Passado)?
Repara noutra coisa,quando vives no momento presente, não vives na ansiedade nem no medo! A vivência do agora traz-te leveza, felicidade, calma e segurança. Claro que ninguém consegue viver só no momento presente (pela rapidez com que surgem os nossos pensamentos e pelas “pré-ocupações” da nossa mente) mas exercitar essa capacidade é um poderoso instrumento para conquistar a felicidade e o bem estar.
E como cultivar essa pratica de viver no presente? Uma das formas é através da atenção consciente, outra é através da meditação. Permanecer em atenção supõe dar-se conta dos conteúdos emocionais e mentais que aparecem na mente pensante. O pensamento funciona em cadeia de associação, e a atenção consciente, é capaz de romper essa cadeia e fazer-te focar no agora. A meditação, é uma prática mais profunda de atenção consciente, uma viagem ao nosso interior. Quando meditamos, ligamo-nos à nossa consciência mais profunda, ampliando-a, e claro, trazendo imensos benefícios à nossa saúde e à nossa vida. Muitas vezes quando falamos em meditar, vem-nos logo a imagem de te sentares em posição de lótus e ficares ali encanto os pensamentos vão invadindo a tua mente. Mas podes meditar de forma mais ativa: caminhando, olhando uma vela, ouvindo sons, dançando, entoando mantras, etc. O importante é tirares um tempo para estares contigo próprio, sem distrações, apenas observando a tua mente. Garanto-te, aquilo que te propomos agora, atenção consciente e meditação, são instrumentos poderosos que vão te transformar.
Mitos sobre a meditação:
- Não ter tempo – a pratica da meditação tem o tempo que tu decidires, por isso, pode ser apenas 5 ou 10 minutos, desafia-te a começar por pouco tempo que seja;
- Não consigo deixar de ter pensamentos – meditar não é deixar de ter pensamentos, até porque enquanto vivermos teremos sempre pensamentos na nossa mente! É reconhecer os pensamentos que surgem e deixá-los partir, sem se apegar;
- Gosto de movimento, a meditação não é para mim – a meditação é para todos, novos, velhos, ativos ou superativos. Se tens uma vida sempre em movimento, se nunca paras, então a meditação é especialmente para ti. Se não gostas de meditar sentado, caminha em silencio e em profunda conexão com os teus passos;
- Não sei meditar – meditar não implica saberes nada! Segue o teu coração, segue a tua voz interior. Senta-te onde quiseres desde que seja um lugar tranquilo, fechas os olhos, faz algumas respirações conscientes e deixa-te lá estar, atento a ti. Reconhece os pensamentos que surgem e deixa-os ir, se sentires algum desconforto no corpo, ajeite-te. Quando sentires que chega, inspira profundamente, e abre os teus olhos. Não compliques, simplifica. Antes feito que perfeito. Desafia-te a experimentar, se nunca o fizeste.
Proponho-te que nos próximos dias tires alguns momentos para meditares, o tempo que sentires que é possível para ti. Proponho-te também que estejas atento, aquela atenção consciente, de forma a viveres mais no presente do que no passado ou futuro.
MASSAGEM DA MENTE
11º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Comojá temos falado por aqui, onde pões o teu pensamento, pões a tua energia. Ou seja, onde diriges o teu pensamento, colocas a tua intenção e todo o teu poder.
Esta massagem que te apresento hoje, é tida como uma prática poderosa porque ajuda a elevar a tua vibração e a tua energia.
Hoje vamos então praticar uma técnica de focalização do pensamento, dirigida para os diferentes órgãos do teu corpo, trabalhando a sua auto regeneração e revitalização.
Sentes-te capaz de parares completamente a tua atividade e sentir o dedo grande do teu pé direito?
Pois bem, é isso que hoje vamos treinar! Não só com o teu dedo mas com todo o teu corpo. Sabes que, está perfeitamente admitido pela comunidade cientifica que os pacientes oncológicos capazes de visualizar e iluminar as suas células cancerígenas, atrasam os efeitos destrutivos da doença e em muitos casos, experimentam melhorias e remissões definitivas?
A massagem da mente propõe iluminar mentalmente o órgão e senti-lo assim vibrante, iluminado e saudável. No momento em que fazes isto, o teu pensamento ativa a zona escolhida, eleva as vibrações do psico-corpo, e ativa a harmonização celular. Simples mas muito profundo!
Vamos experimentar? Para visualizar a luz em cada órgão só tens de imaginar, ou seja, pensar na área e iluminá-la mentalmente.
Vamos à prática?
Senta-te confortavelmente, ou se preferires, deita-te e fecha os olhos. Realiza algumas inspirações profundas pelo nariz e liberta o ar de forma lenta e suave. Depois, quando te sentires relaxado(a), começa a “iluminar por dentro” as seguintes zonas do teu corpo, dedicando a cada uma delas em média 30 segundos:
- Pé direito, depois pé esquerdo
- Tornozelos
- Joelhos
- Glúteos
- Cóccix
- Coluna vertebral
- Nuca
- Cabeça
- Ombros
- Braços
- Mãos
- Dedos
E órgãos:
- Intestinos
- Rins
- Estomago
- Fígado
- Pâncreas
- Pulmões
- Coração
- Cérebro
- Pele
E glândulas:
- Glândulas Supra Renais (acima dos rins)
- Glândulas tiroides (no pescoço)
- Glândulas Pituitária (no centro das sobrancelhas)
- Glândulas Pineal (no centro da abóbada do crânio)
Passaste todo o teu corpo por um scan energético, é normal te sentires carregado(a) de energia, iluminado(a) e com vitalidade. Podes manter-te assim, nesse estado de contemplação por mais alguns minutos, integrando essa expansão de luz.
Sempre que desejares, poderás ter esta prática, sempre que puderes, deverás faze-la! Poderás também fazer apenas a um órgão que esteja doente ou numa parte do corpo que sintas que não está bem. Poderás ainda fazer esta prática numa outra pessoa, envolvendo-a nessa luz, ou numa casa, nação ou planeta! “O pensamento é energia”
Quanto mais praticares, mais fácil será e verás como consegues te conectar com o teu corpo em perfeita sintonia. Rapidamente perceberás a relação de consciência que vais estabelecer com essa “vida interna”, que incessantemente trabalha para o teu bem estar e saúde.
“A AGULHA”
12º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Hoje deixo-te um pequeno conto para que possas refletir, chama-se “A Agulha”
Este conto é usado em várias tradições espirituais porque é particularmente significativo.
Era noite. Um transeunte, ao passar perto de um poste de iluminação, viu, espantado, uma mulher procurando atarefadamente algo no chão. Andava à volta de um poste de iluminação olhando com insistência para o chão. O Transeunte aventura-se a perguntar-lhe:
- Perdoe-me, boa senhora, o que perdeu? O que procura? Posso ajudá-la?
Com a voz embargada pelos soluços, a mulher respondeu:
- Procuro uma agulha. Estou há horas à procura e não a encontro.
O transeunte preocupado com a aflição da mulher, questiona-a, quase certo da resposta:
- Caiu aqui, não foi?
- Não – lamentou-se a mulher.
O transeunte estupefacto olhou a mulher sem perceber muito bem a situação e ela disse-lhe:
- Perdia-a em casa mas como lá não temos luz, vim procura-la junto deste poste de luz.
Como é que este conto toca o teu coração?
Com que frequência procuras fora de ti o que apenas podes encontrar dentro de ti?
Reconheces em ti a necessidade de procurar no material formas de compensação das tuas carências emocionais?
Companheiro., tudo o que precisas para ser feliz já existe dentro de ti. Olha-te, descobre-te, permite-te e confia. Tens tudo o que precisas no teu interior.
Faz uma lista de coisas que já tens dentro de ti e que procuras fora.
Está atento ao que procuras no exterior e repara se isso já não existe em ti. Está atento ao que procuras no exterior para compensar as tuas carências emocionais
EQUILÍBRIO
13º DIA DE PEREGRINAÇÃO
“O efeito de um veneno depende tão só da medida. Uma grama cura, grama e meia mata.” Paracelso
Acredito que tudo na vida tem uma medida certa, tem um ponto de equilíbrio. Tudo o que é bom, se for em demasia, pode ser negativo e se for insuficiente, pode causar carência. Portanto, é no equilíbrio que reside a perfeição de tudo. Repara no nosso planeta: tende para a perfeita harmonia, não fosse a mão humana, e tudo estaria em permanente equilíbrio!
Vê este exemplo, uma mãe que manifesta amor pelo seu filho, através de cuidado e proteção, está a desempenhar um excelente papel, e está a exercer a sua função de forma positiva. No entanto, se essa proteção se torna excessiva, nomeadamente obsessiva e sufocante, impedindo que o filho viva a sua vida, faças as suas escolhas, está a cair no extremo do excesso. Se por outro lado, essa proteção está em falta, sendo a mãe completamente ausente e desligada, está a cair no extremo da falta. Em ambas as situações, podemos observar que o mesmo sentimento, usado em diferentes medidas, pode assumir diferentes resultados desastrosos.
Recorda alguns acontecimentos da tua vida em que tenhas vivido o “exagero”, quer por excesso ou por falta
Ao observarmos as situações e a nós próprios, conseguimos compreender que no extremo, nada é positivo, e que só nos faz mal.
É no equilíbrio que encontras grande parte da tua saúde, senão vejamos: a nível físico, se cometes excessos, ficas doente; a nível mental se te levas a extremos, podes criar sérios problemas psíquicos; a nível emocional, se te excedes, criando situações de demasiado apego ou extremos de amor ou ódio, crias profundos desequilíbrios e descompensações emocionais. No limite, pessoas extremamente desequilibradas, transformam as suas vidas (e as dos outros) em autênticos “ciclones destrutivos.”
Reconheces alguém à tua volta que viva em desequilíbrio? Achas que isso te afeta de alguma forma?
Para promoveres uma vida baseada no equilíbrio, é fundamental que:
- desenvolvas a prática de observação, só quando identificas a questão, é que consegues resolver;
- reconheças e tomes consciência se estás a agir nos extremos (qual o desequilíbrio da situação);
- percebe o que podes fazer diferente e qual o ponto de equilíbrio que queres atingir;
- aceita que estamos em permanente evolução, que a vida é uma aprendizagem e que encontrar o equilíbrio, faz parte;
- não te julgues, nem critiques;
A vida é um eterno ponto de equilíbrio, como se de uma bicicleta se tratasse. Agarra-te ao volante, pedala e caminha mantendo o centro e a harmonia.
Naquelas situações em que experimentas qualquer sentimento exagerado, quer de fascínio ou de aversão, que contactas com as tuas atitudes mais extremistas e que reconheces o teu desequilíbrio, permite-te observar e identificar, porque estás a contactar com uma parte de ti que precisa de ser cuidada e amada. O teu desequilíbrio traz-te mensagens de ti próprio(a)
Está atento(a) aos teus comportamentos de equilíbrio e desequilíbrio. Reflete sobre os motivos que te levam a agir em desequilíbrio
LIBERTA-TE DAS ESPECTATIVAS
14º DIA DE PEREGRINAÇÃO
A frustração é uma das principais causas de desamparo e desmotivação do ser humano.
Esta condição emocional, que surge pela não concretização de um desejo ou objetivo, provoca no ser humano comportamentos de desalento e desilusão, despoletando inúmeras vezes, vontade de desistir.
Mas agora pensa, qual a origem da frustração? E a reposta é, o enganador mundo das expectativas!
Repara, sentes-te frustrado com uma situação porque criaste uma ideia sobre algo que não é a real, que não consegues alcançar, ou que não consegues cumprir. Na verdade precisamos distinguir, por um lado, o mundo de possibilidades que surgem quando criamos objetivos e metas, da ansiedade que criamos quando deixamos que surjam as indesejadas expectativas. Quanto maior a expectativa sobre algo, maior a frustração, desilusão caso não consigas realizar. E mesmo quando conseguimos realizar, muitas vezes sentimo-nos frustrados porque não é exatamente como tínhamos imaginado ou expectado.
Recorda alguma vivência de frustração ocorrida na tua vida e recorda também qual o nível de expectativa que tinhas sobre isso?
A verdadeira aprendizagem para gerir o sentimento de frustração, está em, depois de criar o objetivo/meta, libertar-se da criação mental constante da expectativa. Confiar no processo da vida, confiar que há uma inteligência superior que nos guia e libertar-nos da criação constante das idealizações/expectativas. Na verdade, o nível elevado de expectativas, só tem o efeito de te causar mais angústia e ansiedade. O bombardeamento constante das expectativas na tua mente, vão sempre defraudar a realidade. Na verdade sabemos que a realidade nunca corresponde à idealização. E é com base na idealização que as expectativas ganham forma. Quando tens a capacidade de te libertares das tuas expectativas, abres-te ao processo divino da vida e confias neste fluxo abundante de experiências enriquecedoras, livres do condicionamento das tuas idealizações/expectativas.
Como geres a tua frustração? Quais são as tuas estratégias de gestão da frustração?
Para aprender a navegar nas aguas turvas da frustração, temos de aprender a integrar e acolher os golpes da vida. Depois da fase de tensão e dor causadas pela frustração do desejo irrealizado, é-nos sempre revelada a sabedoria que está por detrás deste acontecimento. As múltiplas quedas que vamos sofrendo ao longo do caminho, chegam-nos carregadas de ensinamentos, e ajudam-nos a ganhar outra perceção acerca do acontecido.
Quando colocamos muita energia numa situação não conquistada, tendemos a desmotivar e desistir. Mas é precisamente neste momento que devemos saber ver com olhos mais amplos o desenho supremo da vida, que através de muitas negações, nos aproxima do sucesso.Digamos que esta é a grande aprendizagem evolutiva. Após tolerarmos a frustração, observamos que aquilo que nos parecia um fracasso, na verdade é o desígnio supremo, para fazer-nos chegar ao nosso compromisso.
“Tudo o que procuras já está à procura de ti” – Rumi
Recorda se já tiveste situações na tua vida que inicialmente te causaram frustração e depois vieste a perceber que foi o melhor que te podia ter acontecido?
Quando deixamos de persistir e teimar em controlar tudo, abrimos a porta à aceitação e quebramos a espiral do sofrimento. Quando aceitamos esta impermanência da vida, tornas-te mais feliz.
Desafio-te a praticares a capacidade de aceitação. Nem tudo na vida vai acontecer como querias mas tudo vai acontecer de forma a cumprir um desígnio maior
CÉU E INFERNO
15º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Hoje deixo-te um pequeno conto para que possas refletir, chama-se “Céu e Inferno”
Era uma vez, num reino longínquo, dois amigos, cujo principal desejo, era saber acerca do bem e do mal. Para tentarem descobrir mais acerca desse assunto, dirigiram-se até à cabana do sábio Lang, para o interrogar.
Uma vez lá, perguntaram ao sábio: “Diz-nos ancião, que diferença existe entre o inferno e o céu? Entre o bem e o mal?”
O sábio respondeu:
“Vejo uma montanha de arroz recém cozinhado, fumegante e saboroso. Ao ser redor muitos homens e mulheres famintos, cheios de desejo e de fome. Nas suas mãos têm colheres enormes, compridas e por isso, quando tentam levar a colher de arroz à boca para matar a fome, não conseguem pelo tamanho do talher, e assim veem-se impossibilitados de comer”
Os dois amigos olharam-se e confirmaram que de facto era impossível àquele grupo de pessoas alimentarem-se com uma colher tão comprida, morreriam todos à fome.
Logo em seguida o sábio continuou:
“Vejo outra montanha de arroz igualmente recém cozinhado, fumegante e saboroso. Ao ser redor muitos homens e mulheres mas estão alegres, satisfeitos, felizese saudáveis. Também nas suas mãos têm colheres enormes, compridas, dificilmente conseguiriam alimentar-se como o grupo anterior, contudo, decidiram dar comida uns aos outros, alimentando-se e mantendo-se fortes e saudáveis.
Os dois amigos olharam-se e confirmaram que a interajuda é a salvação da humanidade.
Como é que este conto toca o teu coração?
O que sentes perante a afirmação: “eu valho dois, tu vales dois, mas juntos não valemos quatro, mas sim oito”
Como te sentes num ambiente de cooperação? Preferes trabalhar em grupo ou sozinho?
Como sentes a interajuda na tua vida?
PROPOSTA PARA A SEMANA:
Observa os momentos em que estás disponível para as necessidades dos que te rodeiam. Observa os momentos em que precisas de ajuda e como te sentes quando pedes ajuda.
AMOR PRÓPRIO
16º DIA DE PEREGRINAÇÃO
Este sentimento de pertença, de fazermos parte de algo maior, é um desejo primário e inato de todos os seres humanos. Na verdade, tudo o que queremos é sermos amados e aceites pelos demais. Enquanto seres biológicos, cognitivos e espirituais, estamos formatados para sermos amados, para amarmos e pertencermos a um grupo: família, comunidade, sociedade, etc.
Recorda e descreve alguma situação que te tenhas sentido rejeitado(a). Consegues perceber se essa situação afetou a tua autoestima?
A ferida da rejeição, ou seja, de não sermos aceites, é algo que a maior parte de nós trás da nossa infância, não porque fomos efetivamente rejeitados mas porque em algum momento da nossa infância não nos sentimos pertença, não nos sentimos amados como desejávamos. Digamos que esta ferida está no nosso inconsciente sem que a maior parte de nós se aperceba, e condiciona toda a nossa vida adulta. O medo da rejeição, é talvez das feridas emocionais mais profundas. Aos olhos do “rejeitado”, de profunda carência e dor, tudo o que acontece, é visto através deste filtro de rejeição: ninguém gosta de mim, eu não represento nada, eu não tenho valor, eu estou sempre em último, eu não sou merecedor,o mundo rejeita-me, eu não sou suficiente.
Já ouviste esta voz dentro de ti? Se sim, como te sentes com isso?
Sendo o desejo de sermos aceites, tão primário e importante para nós, tentamos alcança-lo a todo o custo, e para isso entramos num jogo de aprovação e aceitação com os demais. Muitas vezes, mudamos a nossa forma de estar, aceitamos coisas que não concordamos, fazemos coisas com as quais não nos identificamos, perdemos a nossa identidade, apenas com o objetivo de agradar os outros e sermos aceites. Desta forma, cumprimos o nosso desejo de aceitação e matamos a ferida da rejeição. No entanto, a verdadeira pertença e aceitação acontece quando nos apresentamos ao mundo de forma autêntica, verdadeira e imperfeita (perfeitos só os deuses!) e nos aceitamos a nós próprios assim, com estas fragilidades e imperfeições: estamos a falar de amor próprio.
Praticar amor próprio significa aprender a confiar em nós, tratarmo-nos bem, permitir que os outros nos tratem bem (nada abaixo daquilo que merecemos) sermos bondosos e afetuosos connosco próprios.
Amarmo-nos e aceitarmo-nos a nós próprios são verdadeiros atos de coragem, especialmente numa sociedade que defende “ponha-se a si em último lugar”.
Amor próprio não é egoísmo, amor próprio é honrar e respeitar o nosso ser na sua totalidade.
Então deixo-te alguns passos para que possas desenvolver o teu amor próprio.Pratica-os diariamente e apaixona-te por ti
- cuida de ti – cuida do teu corpo, da tua mente, do teu espirito e das tuas emoções
- liberta-te das limitações do teu ego – liberta-te da voz negativaque te leva a viver no medo, na dúvida, na incerteza
- fala contigo como se estivesses a falar com uma amiga (aos amigos damos sempre os melhores conselhos)
- não te compares com ninguém – comparar-se é o contrário de amar-se
- aprende a dizer não ao que te faz mal
- mima-te todos os dias, com um banho demorado, com um docinho, com palavras bonitas
- não fales mal de ti , vale mesmo para a expressão “eu sou uma tonta”
- apaixona-te pelas tuas imperfeições – ninguém é perfeito, as imperfeições tornam-nos humanos e únicos
- Sê tu mesmo – não ponhas uma máscara para agradar a terceiros, só tu precisas de te aceitar a ti próprio
Cria uma afirmação de amor próprio e escreve-a diariamente. Se puderes, coloca essa frase em vários locais para que possas vê-la durante o teu dia, espalha-a pela casa e todos os locais onde costumas estar
Alguns exemplos de frases: Eu amo-me e aceito-me incondicionalmente; Eu sou perfeito exatamente como sou; Eu sou único no mundo; Eu sou a minha prioridade e escolho amar-me todos os dias; A minha luz é única
17º DIA DE PEREGRINAÇÃO
O DESTINO E OS SEUS
INSUSPEITADOS CAMINHOS
Hoje deixo-te um belo conto para que possas refletir, chama-se “O destino e os seus insuspeitados caminhos”
Num longínquo reino do Ocidente, vivia uma bela jovem chamada Viviana, que crescia bela e feliz numa família de fiandeiros, a arte da fabricar cordas. Viviana, à medida que se ia fazendo mulher, aprendia a perfeição no manejo das suas mãos, pelo que, alcançou a destreza dos melhores mestres.
Num dia de primavera, o seu pai, aproximando-se dela, disse: “Minha filha, como já és uma mulher, decidi que virás comigo na próxima travessia por mar. Tenho transações a realizar nas ilhas do mar mediterrâneo e penso, que talvez, encontres um jovem honrado e de boa disposição que queira fazer-te sua esposa.”
Assim, empreenderam o caminho e após várias semanas de viagem chegaram ao seu primeiro destino. Uma vez ali, e enquanto o Pai realizava os seu negócios, Viviana, sonhava com o esposo que haveria de chegar.
Mas um dia, quando se encontrava em alto mar, a caminho de Creta, levantou-se uma tormenta com uma ondulação tão terrível, que o barco acabou por naufragar. Entre ventos e grandes ondas, Viviana caiu ao mar e após umas horas de angústia, foi levada pela maré até uma praia próxima. O seu pai tinha morrido e ela sentia-se totalmente desamparada.
Passadas algumas horas, Viviana vagueava pela areia a pensar na sua sorte e nos seus grandes sonhos quebrados, quando foi encontrada por uma família de tecedores que viviam naquelas proximidades, apesar de pobres, acolheram-na em sua casa como se de uma filha se tratasse. Viviana entregou-se aos trabalhos daquela família e, a pouco e pouco, foi-se tornando uma perita na confeção dos panos e tecidos. Desta forma, Viviana iniciava uma segunda vida, onde chegou a ser plenamente feliz, reconciliada inteiramente com a sua sorte e o seu destino.
Mas chegou a um dia , em que encontrando-se sentada na praia sorrindo ao horizonte, desembarcou uma série de comerciantes de escravos que, surpreendendo-a de súbito, a levaram presa junto com outro grupo de cativos.
Apesar de se lamentar amargamente pela sua sorte, não encontrou compaixão por parte de nenhum dos captores, que a levaram a Istambul e finalmente a venderam como escrava. Pela segunda vez, o seu mundo tinha-se derrubado. Uma vez mais, chorava entristecida pela sua sorte…
No entanto, aconteceu algo que mudaria de novo o rumo da sua vida. Naquele dia, casualmente, havia poucos compradores no mercado. Mas , entre eles, encontrava-se um mercador rico que procurava escravos para a sua próspera atividade de fabricação de mastros. Quando viu a tristeza da rapariga, sentiu compaixão e decidiu comprá-la, pensando que deste modo, lhe poderia oferecer uma vida mais digna.
Mais tarde, levando Viviana ao seu lar com intenção de fazer dela uma ajudante para a sua esposa, inteirou-se de que um incendio tinha arruinado os seus carregamentos e acabado com as suas subsistências…pelo que, não podendo enfrentar os gastos de ter trabalhadores, decidiu ficar apenas com a Viviana que, com ele e sua esposa, levariam a cabo a tarefa de fabricar mastros com verdadeira arte.
Viviana, agradecida ao mercador por a ter salvo, trabalhou tão duramente e com tanta entrega, que conseguiu em poucos anos chegar a ser uma autêntica perita no fabrico de todo o tipo de postes e mastros, por mais difíceis que fossem. Em pouco tempo, o seu amo, em agradecimento aos seus bons serviços, concedeu-lhe a liberdade, passando a trabalhar para ele como ajudante de confiança. Foi assim que conseguiu ser plenamente próspera nesta sua nova profissão. Passou algum tempo até que ele lhe disse: “Viviana, eu já estou a ficar velho, e quero que nesta ocasião sejas tu a ir a Java levar uns mastros de grande valor. Assegura-te, em meu nome , de vende-los com proveito.”
Ela pôs-se a caminho toda contente e feliz por viajar em direção ao tão sonhado oriente…mas, ah, destino! Quando o barco estava em frente à costa da china , um tufão fê-lo naufragar, e uma vez mais, Viviana viu-se atirada à praia num país completamente desconhecido. “Outra vez? A minha vida volta a tropeçar ante o destino. Que deverei agora aprender e superar?” Viviana sentia que sempre que conseguia dominar plenamente algum ofício e assentar as raízes da sua vida, acontecia algo inesperado que a fazia mudar de direção.
Uma vez recomposta, levantou-se da areia e pôs-se a caminhar em direção a uma povoação que avistou ao longe. Como não era frequente a presença de viajantes de raça branca, foi acolhida com muito respeito. Naquele país existia uma lenda profética que dizia que um dia chegaria uma mulher branca, estrangeira capaz de fazer sozinha, sem ajuda de ninguém, um templo para o Imperador, de difícil e precisa construção.
Percebendo a presença daquela mulher no seu país, o imperador mandou-a chamar e disse-lhe: “Senhora, serias capaz de construir um templo para o Império que tenha estas características, mas sem ajuda de nenhuma outra mão?” disse-lhe mostrando-lhe um papiro. Ela depois de se deter a observa-lo, sentiu-se logo iluminada. Sabia que era capaz de faze-lo, já que pelo que deduzia, precisaria de utilizar todos os ensinamentos que tinha feito durante a sua vida, junto de todos aqueles com quem tinha vivido.
Viviana trabalhou muito arduamente durante nove meses e finalmente, apresentou a sua obra ao imperador, o qual, depois de observar com assombro a perfeição e detalhe da sua criação, premiou Viviana com a generosidade das grandes recompensas com sabor a destino.
A PROSPERIDADE, O AMOR E A SABEDORIA tinham chegado de maneira plena e abundante à vida de Viviana, que encarnava a plenitude e grandeza da vida.
Contam que todos aqueles que chegaram a conhece-la, saíam da sua presença iluminados pela sua grande confiança e sabedoria, característica apenas comum entre as grandes almas. Viveu uma vida profícua e intensa e morreu em paz e harmonia aos 99 anos de idade. Desde então, diz-se que o seu espírito sussurra aos ouvidos dos que se sentem abandonados pela sua sorte, que não temam…que confiem…que depois dos vaivéns da vida HÁ UM CAMINHO MAIOR QUE ACOMPANHA E PROTEGE OS QUE SEGUEM ADIANTE
Como é que este conto toca o teu coração?
Reconheces na tua vida “voltas” inesperadas que mais tarde vieram a mostrar-se vantajosas ?
Qual foi a notícia que mais te custou a aceitar e, no entanto, com o tempo te veio a beneficiar?
Abrindo a tua bagagem de experiências, qual seria a tua maior qualidade pessoal para viveres um cenário de mudança súbita e inesperada?
O que podes ensinar aos que acabam de naufragar a meio dos seus sonhos quebrados?
18º DIA DE PEREGRINAÇÃO
NOVA PESSOA
“A mente do homem estendida até uma nova ideia, já não regressa às suas dimensões originais.”
OliverWendellHolmes
Quando iniciámos esta peregrinação tínhamos no coração o desejo de expansão de um renovado EU. Todos nós sonhamos com este crescimento e evolução porque na verdade, é a coisa mais importante da jornada da vida. Quando embarcamos nesta peregrinação, escolhemos investir em nós, no nosso ser. E estamos de parabéns por isso! Tudo o que levamos desta vida é o nossa expansão como ser humano. Escolhe-te a ti, sempre!
Tudo o que temos feito durante estes dias, é cultivar pensamentos, ideias e sentimentos ativando e ampliando a nossa consciência, tornando-nos assim, melhores seres humanos, mais conscientes das nossas condições pessoais, emocionais e espirituais. Aproveito para dizer-te que desejo do fundo do meu coração que esteja a ser uma viagem maravilhosa para ti, assim como tem sido para mim!
Ao longo deste caminho, já percebemos que nós temos um poder imenso, digo que se assemelha até a um dom, que consiste na capacidade de co criarmos a nossa realidade através da intervenção consciente da nossa atenção, do nosso pensamento e ação.
Então hoje venho propor-te um exercício maravilhoso e transformador, a descrição da tua nova pessoa, do ser que está a nascer, porque cada nova aprendizagem, faz-nos expandir, logo já não és a mesma pessoa de há 18 dias atrás. E que bom que assim é, o teu nível de consciência ampliou-se!
Agora trata-se apenas de usar a tua imaginação e sensibilidade criadora para conceberes o teu novo Eu. Repara, este novo eu, é a criação da pessoa que desejas ser, tu com todo o teu potencial, com todas as qualidades e caraterísticas que desejas e admiras. Não coloques resistências e dúvidas sobre a tua personalidade idealizada, permite-te sentir, visualizar, imaginar e criar sem limites.
Dedica um tempo a esta obra de arte que vais iniciar. Cria este novo ser atendendo aos aspetos da terra e do céu, do corpo e do espirito. Estarás assim a plantar uma semente e um dia perceberás o aroma das suas flores e a bondade dos seus frutos.
Descreve agora a tua nova pessoa, deixo-te algumas ideias para refletires mas não te limites, sê criativo, se desejares podes desenhar/pintar esse teu novo ser!
Como te vês fisicamente? Que interesses tens? O que fazes por ti? Que amigos te rodeiam? Que relações cultivas? O que te inspira? O que te motiva?
Que energia emana do teu rosto? Como olhas para ti e para os outros? Como sentes o teu coração? Como se sentem as pessoas que estão ao teu redor? Que dizem os outros sobre ti e a tua energia?
Que traços espirituais expressas? Qual a tua missão de vida? De que forma contribuis para melhorar o mundo? Como é a tua vida quotidiana? Que sentido tem a tua vida?
Quando acabares de criar o teu novo Eu, envolve o teu relato numa bolha dourada de energia, e lança-a mentalmente ao universo. Um dia sentirás que o que enviaste, ser-te-á devolvido através da realização.
EU SEMEIO O FUTURO NO PRESENTE
19º DIA DE PEREGRINAÇÃO
A SUSPEITA
Hoje deixo-te um contopara que possas refletir, chama-se “A suspeita”
Na rica cidade da Babilónia, vivia um rico mercador, Afrasiab era assim o seu nome, que tinha muita habilidade na arte das transações, conseguindo o melhor de cada negociação e de cada momento.
Mas Afrasiab tinha duas grandes preocupações na sua vida:
- A primeira, tratava-se do seu negócio. Ele tinha graves suspeitas que aqueles que trabalhavam para ele não eram de fiar. Sentia que lhe roubavam mercadorias só que não conseguia comprovar.
- A segunda, tratava-se da sua mulher. Ele achava que, apesar de ela ser uma boa esposa, enganava-o, pelo que não confiava na sua fidelidade.
Afrasiab vivia entre estes dois mundos e passava a vida a controlar e vigiar. Quando observava os seus funcionários, via nos seus rostos todos os sinais inequívocos e típicos do ladrão: os seus olhares furtivos que seguramente indicavam algo a ocultar; o tom das suas conversas; o nervosismo das suas respostas. Ele reconhecia que tudo isto não era imaginação da sua cabeça , pois os detalhes encaixavam e confirmavam com toda a clareza as suas suspeitas. Por outro lado, quando vigiava os passos da sua esposa, tudo parecia indicar que o seu comportamento era obviamente suspeito: não havia dúvida que ocultava algo: a maneira de baixar a voz quando se referia às suas saídas, os seus silêncios e olhares melancólicos para o horizonte, e muitas outras atitudes que ela, sem querer, fazia com que todas as suposições encaixassem na perfeição na mente do Afrasiab.
Chegou ao dia em que decidiu colocar fim a esta amargura, pelo que decidiu encomendar uma investigação secreta das contas do seu negócio, de maneira que se pusesse a descoberto as anomalias que suspeitava. E por outro lado, incumbiu a um criado de sua confiança que seguisse os passos da sua mulher, com o objetivo de confirmar aquilo que lhe parecia evidente.
Após três semanas de espera, surpresa! Os seus empregados eram absolutamente inocentes das suas suspeitas e a sua mulher tinha o comportamento mais exemplar e correto que ele jamais poderia imaginar.
No dia seguinte, ao reintegrar-se no trabalho, observou os mesmos gestos dos seus empregados mas nesta ocasião, já não pareciam atitudes de ocultação e já não lhe pareciam suspeitos. E mais tarde, ao chegar a sua casa, viu que a sua mulher, apesar de manter as mesmas atitudes e gestos, estes já não lhe pareciam guardar segredos.
Tudo tinha mudado, no entanto todos continuavam a fazer o mesmo.
Neste momento de silencia meditativo, ouviu-se uma voz que lhe segredava:
AQUELE QUE TEM EM FRENTE UM MARTELO NÃO VÊ MAIS DO QUE PREGOS.
Como é que este conto toca o teu coração?
De onde pensas que nascem as nossas suspeitas acerca do comportamento alheio?
Achas que , de certo modo, acabamos por viver o que a nossa mente projeta?
Reconheces se alguma vez, a tua atitude de desconfiança conseguiu que a tua mente encaixasse na perfeição todas as peças das tuas suspeitas?
Como te sentes quando vives obcecado pela desconfiança?
Quando vives na desconfiança e no controle, quem achas que sofre mais? Tu ou as pessoas de quem desconfias?
Achas que a nossa vida está condicionada pelo que decidimos pensar ou sentir?
Nos próximos dias proponho que transformes a tua desconfiança em confiança e a insegurança em segurança. Observa como te sentes com isso.
20º DIA DE PEREGRINAÇÃO
FELICIDADE
“Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda a simplicidade, de dentro para fora, de cada um de nós.”
Carlos Drummond de Andrade
Querido peregrino, pouco a pouco fomos avançando, de maneira progressiva, neste caminho que decidimos percorrer. Em cada dia, treinamos a observação dos nossos movimentos internos e a ampliação da nossa consciência, que na verdade, é tudo o que precisamos para criarmos os nossos momentos de felicidade.
Quando olhamos a vida e contemplamos a diversidade de experiências que ela nos oferece, percebemos que viver é uma aventura insólita e claro, uma bênção divina. Durante a viagem da vida, percebemos que o universo nos oferece tantas experiências, tantas descobertas, tantos ensinamentos, como se tratasse de uma tela gigante onde vamos pincelando manchas de tinta, de muitas cores, compondo assim uma criação única e bela, A VIDA.
A vida é um mestre, traz-nos sempre o necessário para a evolução da nossa alma. Há sempre um momento nas nossas vidas em que assistimos ao nosso despertar, ou seja, o momento em que desatamos as vendas que tapam os nossos olhos e olhamos um novo mundo, uma nova realidade, mais consciente e mais ampla. Este momento separa a escuridão, do amanhecer de uma nova vida. Digo-te que já vivi isso na minha vida e sou tão grata por ter-me permitido começar a tirar os véus que me tapavam os olhos. Camada após camada, vamos descobrindo tanto em nós. É um processo para a vida e é o processo mais importante da vida.
Como sentes viver o teu momento de “despertar”? Quando é que se deu esse momento na tua vida?
“O que conhece os outros é sábio. O que se conhece a si mesmo é iluminado”
LaoTsé
A lucidez que ganhas quando despertas, possibilita-te viver de forma mais plena, possibilitando-te a observação dos teus múltiplos reflexos , por mais contraditórios que possam ser. Possibilita-te também uma vivência mais presente e consciente onde o mais importante, não é o que te acontece mas o significado desse acontecimento. Para uns, o que acontece será um motivo de angustia, para outros, será um ensinamento para a alma. A tua perspetiva sobre a vida, altera-se. Quando nos permitimos mergulhar nesta descoberta pessoal, estamos a permitir também deixar-nos envolver pela beleza da vida, pela fluidez, pelo desígnio divino.
Conhecem a metáfora da “Água Estagnada”? Tudo o que não se movimenta, cristaliza na estagnação e na decomposição. Assim somos nós, se paramos, não potenciamos todos os nossos dons, não nos cumprimos e vamos “morrendo em vida”. A existência pede-nos um caminho permanente de descoberta e superação. Uma permanente expansão de todo o nosso conhecimento, de todo o nosso ser, o pulsar de uma força vital, e este é o caminho da felicidade. E agora, pergunto-te?
És feliz? O que é felicidade para ti?
Temos muita dificuldade em afirmar: “eu sou feliz” ou “eu quero ser feliz”. O mais frequente é afirmarmos: “eu gostava de ser feliz mas…”, tudo no condicional e com muitas reticências. Às vezes parece que a felicidade é, tabu, é segredo. Não podemos afirma-la com todos os nossos pulmões, com todo o nosso ser. O que há de mal em sermos felizes e afirmarmos isso ao mundo?
A maioria de nós vive no “vai-se andando”, fazendo com que a felicidade pareça uma ilusão. Por vezes a felicidade parece-nos um sonho (futuro), outras vezes, um paraíso perdido (passado).
Mas todos nós merecemos a felicidade, viemos programados para vive-la. No entanto, muitas vezes imaginamos que afelicidade tem de ser um estado permanente e não é! A felicidade permanente não existe! A felicidade não é definitiva, uma espécie de troféu que se conquista para a vida!
A felicidade não é para a vida, são momentos! São momentos que tu constróis, com as tuas mãos, com os teus pensamentos, com os teus sonhos, com a tua entrega!
A felicidade não é anestesiar a dor, é abrir os braços e acolhe-la.
A felicidade não é um estado de euforia, é também recolhimento interno, introspeção e calma.
A felicidade não está fora de ti. Só dentro de ti poderás encontra-la verdadeiramente.
“A felicidade é um lugar onde se chega também com lágrimas”–Eduardo Sá
Exige verdade, compromisso, disponibilidade e isso está nas tuas mãos, no sentido que és tu que a constróis, ou nos teus pés, no sentido que a buscas, quando te tornas peregrino de ti próprio.
Está atento aos pequenos momentos de felicidade do teu dia. Pensa que outros momentos simples podes criar na tua vida que te tragam felicidade.
Será caminhar na natureza? Será ver um Pôr do sol ou um nascer do sol? Será criar algo? Será saborear algo que gostas muito? Será abraçar alguém que amas? Será mergulhar num mar de águas limpas? Será perceberes todo o bem/bom da tua vida? Será ler algo que te faz despertar? Será permitir-te fazer uma pausa ou parar pelo tempo que precisares? Será “esvaziar” os pesos que carregas e que não te pertencem?
21º DIA DE PEREGRINAÇÃO
CHEGADA
“Os rios chegam ao mar, os raios iluminam o céu.
Os bebés vêm, os anciãos voltam,
E as espirais da vida rodam e rodam sem fim, através dos ritmos de uma música, que soa para além dos átomos, planetas e galáxias.”
José Maria Dória
Bem vindo Peregrino!
Chegaste ao fim desta jornada mas chegaste também ao principio de um caminho que não tem fim: descoberta da tua essência. Convido-te a continuares o teu despertar, abraçando cada nova descoberta, para que chegues mais próximo de ti. Não pares. Parar é cristalizar. Cristalizar e insensibilizar. Segue na busca de ti. Cada novo despertar, é uma luz que se acende no Mundo, é um contributo para a evolução espiritual da humanidade
Este caminho que te propusemos, e o qual decidiste abraçar (não por acaso!) tinha uma única ambição: fazer-te despertar e permitir-te avançar para um outro estado de consciência. Tudo o que possa ter-te acontecido ao longo destes 21 dias, é o que tinha mesmo de acontecer. Se não conseguiste realizar a peregrinação como querias, confia, é porque assim tinha de ser, e se não a fizeste de todo, é porque não precisavas ou porque não era a altura certa. Confia. Está tudo certo.
Se realizaste a peregrinação, vejamos o que pode ter acontecido contigo:
- maior consciência das tuas emoções
- uma mente mais treinada para perceber o significado dos acontecimentos da tua vida
- maior capacidade reflexiva
- mais atenção ao que acontece contigo e ao teu redor
- maior conexão contigo
- outra forma de olhar e perceber o mundo
Plantaste sementes, reprogramaste sonhos, conectaste-te com novas ideias e sentimentos, ampliando assim o teu mundo. Permitiste-te fazer emergir a inspiração mais profunda do teu ser. A mente que se expande, jamais volta ao seu tamanho inicial, e a tua consciência desperta, jamais quererá adormecer de novo. Segue adiante e não deixes de cultivar o primeiro dever do amor: a construção de uma mente feliz. E não te esqueças que o caminho só se faz caminhando.
Desejo que recebas toda a inspiração divina para alcançares o SER que decidiste ser. E recorda-te sempre: “Não és uma criatura humana numa aventura espiritual mas uma criatura espiritual vivendo uma aventura humana”
Com amor me despeço
Portal das Artes – um espaço onde valorizamos o teu Ser, uma porta para o teu despertar
Isabel Martins